Sobre violência e assédio nas faculdades de medicina

Por Andrea Feijó Mello

Infelizmente o episódio de violência de gênero que ocorre nos jogos acadêmicos não é algo incomum e nem recente. Esta semana noticiado na mídia o que ocorreu nos jogos em maio de 2023, quando homens da torcida correram nus em meio ao jogo de voley feminino de uma faculdade.

Aqui não discrimino qual, pois é algo frequente em diversas torcidas. Como bem colocou Natalia Timerman em sua coluna no UOL Universa “para os homens, ficar pelado faz parte da vida em uma faculdade de medicina”.

Isto é parte de um assédio generalizado, onde veteranos impõe regras absurdas, mesmo que alguns não queiram se submeter, fazer parte do grupo é algo significativo para os calouros, ainda mais para alguns jovens imaturos. Assim o padrão se repete ano após ano…

Sem aqui, em nenhum momento, tirar destes a responsabilidade pelo ato. Juca Kfouri na sua coluna no UOL também escreve “os indivíduos em grupo perdem sua individualidade, são capazes de expor o que têm de pior”. Algo comum a torcidas em jogos de futebol, atos de barbárie, que felizmente hoje em dia recebem punições adequadas.

As atitudes de humilhação, abuso emocional e por vezes até físico infelizmente estão presentes nestes ambientes e passou da hora destes padrões arraigados em nossa cultura mudarem. As mulheres são a maioria hoje em grande parte dos cursos médicos e cabe a elas através de coletivos impor as necessárias mudanças.

O que em alguns espaços tem ocorrido de forma bem-sucedida e precisa continuar.

Punições adequadas devem ser executadas por órgãos competentes para tal e não por um apedrejamento social, do contrário a violência vira um ciclo que gera ainda mais violência.

Foto: Freepik
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